Uma amiga minha me perguntou, se eu não tenho medo de me
aproximar de animais de rua. “A gente nunca sabe se eles vão nos morder ou
não” – ela disse.
Não só ela, mas muitas pessoas têm medo desses animais.É uma
preocupação que deve ser levada em consideração mesmo, pois nem sempre um
animal reage de forma amistosa. É preciso observar a situação em que ele se
encontra e alguns movimentos preliminares. Com o tempo a gente vai aprendendo
como agir em situações de risco. Mas na maioria das vezes, quando a intenção da
pessoa é boa, o animal percebe, e aos
pouquinhos se deixa ajudar.
Nas situações de grande risco, onde um animal está ferido e
precisa de ajuda urgentemente e você não pode se defender de uma mordida, é
melhor procurar a ajuda de alguém especializado para tratar do animal, certo?
Agora, se sua vontade é poder ajudar vários animais
abandonados, dando água, comida e fazendo um carinho, garanto que não será
difícil. Em 100% das vezes, uma grande amizade se estabelece com o tempo e você
se vicia em ajudar esses bichinhos tão sofridos.
Nessas minhas andanças, tenho encontrado muitos cachorros
abandonados. Alguns, bem mansinhos e
carinhosos, outros medrosos e em quantidade menor, os agressivos.
Os agressivos, na realidade são assim, por já terem sido
muito maltratados e relacionam qualquer pessoa que se aproxime deles ao ato de
violência. Quando são conquistados, rapidamente melhoram o temperamento e
demonstram afeto por quem o acolhe.
A relação humanoXanimais é simples e prazerosa. Não se assuste
se um cachorro de rua rosnar pra você, isso pode ser resultado de sofrimentos
anteriores. Mas, é preciso ter cautela, paciência e principalmente carinho se
você quiser ajudá-los.
Como nem sempre é possível encontrar um LAR para eles,
pode-se cuidar, mesmo eles estando na rua. Já falamos sobre isso aqui no blog.
Por isso, elaborei algumas orientações sobre o comportamento do
cachorro. Elas servem tanto para o cachorro de rua, como para o seu cachorro,
ou do vizinho. São informações simples, mas que podem ajudar a interpretar as
reações do bichinho, quando você for se aproximar dele.
Ao aprender esta linguagem, observando a postura e as expressões
do animal, você estará a um passo de uma melhor comunicação com ele. A minha
maior preocupação é conscientizar as pessoas que nem sempre, num primeiro
momento pode se estabelecer uma intimidade com o animal de rua. É necessário
observar a maneira como o animal está mexendo a cauda e principalmente o
conjunto, ou seja, o corpo todo.
SINAIS DE
AGRESSIVIDADE:
As orelhas ficam postas para trás, sempre próximas da cabeça.
O corpo fica tenso. Quando o cão quer parecer ameaçador,
tenta parecer maior, e o faz com o corpo inteiro. O pelo fica enrijecido no
pescoço e ele toma uma posição altamente dominadora.
A cauda fica aparente para cima ou em continuação ao corpo,
nunca para baixo.
AMIGÁVEL:
Orelhas relaxadas.
Olhos bem abertos com o olhar alerta, mas não penetrante. Faz
contato visual sem desafiar.
A boca fica relaxada, semi aberta e às vezes dando um “sorriso”.
O corpo fica na posição normal. Geralmente sacode o corpo
todo, da cabeça à cauda.
A cauda fica visível para cima ou ao longo do corpo. Sim, ela
balança nessa situação, porém, percebe-se perfeitamente que o balançar amigável
é gostoso, relaxado e vai de um lado pra o outro o mais aberto possível.
O som pode ser um lamento ou um latido alto e curto.
PRESTES A CORRER ATRÁS
DE ALGUMA COISA (PODE SER UMA COMIDA OU ALGO QUE LHE CHAMOU MUITA ATENÇÃO)
As orelhas ficam em movimento, apontando para frente.
Os olhos ficam bem abertos, num alerta constante.
A boca ligeiramente aberta e ofegante.
Corpo tenso. Agachado numa posição predatória. Pernas
curvadas prontas para correr.
Cauda reta ao longo do corpo ou um pouco mais acima.
DOMINANTE:
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, o cão dominante
não é necessariamente o cão fisicamente maior, mas sim, o que possui uma
liderança nata. Aquele que briga na hora certa, mas recompensa quando tudo anda
bem. Não raro, encontramos cães pequenos dominando os maiores da mesma casa. Assim
mesmo é na rua.
As orelhas ficam bem eretas ou apontam para frente.
A cabeça fica bem alta e, quando perto de outros cães, tenta
colocar a sua cabeça, sobre a cabeça dos outros. Usa também as patas,
colocando-as sobre a costa dos outros cães.
Os olhos ficam bem abertos com o olhar penetrante.
A boca fechada ou ligeiramente aberta. Dentes à mostra.
O corpo fica o mais alto possível. Com pelos eriçados.
A cauda fica colocada o mais alto possível, abanando rigidamente
(nesse caso, a cauda balança por uma causa não tão nobre, viu?)
O som torna-se um rosnado agressivo ou um grunhido.
SUBMISSO:
As orelhas ficam abaixadas, quase coladas na cabeça.
Os olhos ficam quase fechados e evitam olhar fixo.
O corpo fica deitado, aceitando a dominância de outros cães.
As patas da frente podem dar um soquinhos pedindo carinho e às vezes levanta a
parte de trás para brincar. Pode deixar escapar a urina.
A cauda fica baixa.
O mais importante, é
você ir conhecendo esses cachorros ao longo do tempo, e a partir destas dicas,
comunicar-se com eles de uma maneira mais eficaz. Lembre-se sempre que animal é
movido por instinto, mas nos entende muito bem. Vá com calma, mas seja firme!
Converse com ele, sorria, seja natural e ele será com você também.
Espero ter ajudado a clarear um pouco as idéias à respeito
dos animais de rua.
Beijos corajosos “procês”!
Informações: PlanetaAnimalDiscovery
Nenhum comentário:
Postar um comentário