quarta-feira, 20 de novembro de 2013

MAUS-TRATOS NA VILA KIOLA



Hoje recebi uma denúncia sobre maus-tratos na Vila Kiola. Um vizinho comunicou a uma protetora de animais do mesmo bairro, que havia, na casa ao lado da sua, dois cachorros que ficavam presos o dia inteiro no sol, sem comer nem beber. Os cachorrinhos latiam tanto que até desmaiavam.

 Ele subia no muro entre as duas casas e via todo o sofrimento sem poder fazer nada, porque a “dona”, se é que eu posso chamar assim, dos animais, não se dava bem com ele e não permitia que ele se envolvesse.

Fomos lá. Eu e dona Brás. Paramos na frente da casa, primeiro do vizinho, para que pudéssemos olhar antes, os cachorros por cima do muro.

Subi no muro... o que eu vi, foi de dar dó! Eram duas cachorras na verdade. As duas, só pele e osso. Estavam mesmo no sol, sem proteção. Aliás, tinha uma pequena tábua, fina e estreita, encostada no muro, como que para proteger do sol. Na foto ao lado, vocês verão, que essa tábua não protege de absolutamente NADA!

Batemos na porta, um adolescente veio atender. Perguntamos por sua mãe ou pai e, ele disse que eles estavam trabalhando. Pedimos para falar com alguém maior que ele. Então ele foi chamar sua irmã, já maiorzinha, parecendo ter uns 17 ou 18 anos. 

Falamos que éramos protetoras de animais e que soubemos que eles tinham duas cachorras que ficavam no sol o dia inteiro. Os vizinhos reclamaram que elas latiam e choravam muito, talvez por falta de comida ou água...

A garota falou que sim, eles tinham duas cachorras, mas que elas estavam bem e que sempre eram alimentadas.

Então dei o passo mais ousado, pedi para vê-las. Claro que eles poderiam recusar, mas tive que tentar. De qualquer forma, se eles não me deixassem entrar, eu iria na delegacia formalizar uma queixa de maus-tratos contra eles. Pois essa lei existe! Maus-tratos é crime! 

Eles me deixaram entrar. Entramos eu e minha amiga. Quando chegamos no quintal as cachorrinhas latiram muito. Estavam alucinadas com a nossa presença e mesmo com todo o sofrimento causado por seus “donos” elas queriam protegê-los de nós.

Tentei me aproximar devagar... perguntei qual tinha sido a última vez que elas tinham sido alimentadas. Ela falou que pela manhã, antes de sair para a escola tinha colocado comida. Tinha uma vasilha de borracha com água dentro. Quando me aproximei, vi que a água estava completamente cinza. Estava muito suja, parecia estar lá há dias.

Não parecia que essas cachorras tinham sido alimentadas pela manhã!!! 

 Fui até meu carro e peguei ração. Coloquei pra elas... vocês imaginam o que aconteceu, não é mesmo? Elas comiam tanto que engasgavam. Uma vomitou de tanto engasgar e continuou comendo. Elas se mexiam muito na hora de comer que derramavam no chão e continuavam comendo pelo chão mesmo. Uma coisa agoniada pareciam FAMINTAS de dias.

A corrente do cachorro estava chumbada na parede do muro. Eles não conseguiam nem soltar a cachorra pretinha. Depois de muito bater com martelo no muro,  conseguimos soltá-la um pouco. A levamos pra sombra. A branquinha já estava solta da corrente também. 

Pedimos para a mocinha amarrá-las numa parte do quintal que tinha uma cobertura, e o sol não pegava lá. E perguntamos por que elas não faziam daquele modo, pois assim elas ficariam protegidas de sol e chuva. 

Eram muitas desculpas e bla blá blá...

Conversei bastante com eles, pedi para que cuidassem das cachorras de forma correta. Avisei que voltaria lá para conversar com os pais deles. Se eles mudarem de comportamento em relação às cachorrinhas, farei de tudo pra ajudá-los. 

Tudo vai depender deles.

Como os pais não estavam lá, achei melhor ir embora e não formalizar a queixa AINDA. Mas, até que eu fale com os pais, o vizinho ficará de olho e me avisará se as cachorrinhas não forem alimentas e tiradas do sol.

Vou voltar lá no final de semana pra encontrá-los em casa. Se depois dessa conversa, as coisas não mudarem, vou retirar com a ajuda da polícia, aquelas cachorrinhas de lá.

Quem sabe, a gente não encontra outro LAR para elas?!

Observação: mesmo sofrendo, as duas cachorrinhas latiram e tentaram proteger o tempo inteiro aquelas pessoas da casa. É tanto amor, que os bichinhos protegem até seu próprio algoz!

 



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